O rompimento das relações afetivas provoca sofrimento comparado ao luto: falta de ar insônia, palpitações, taquicardia, são sintomas que tendem a surgir quando um indivíduo é rejeitado.

El fuego me recorre el cuerpo- el dolor de amarte. El dolor me recorre el cuerpo con las llamas del amor que siento por ti. La enfermedad del amor por ti me inunda el cuerpo. El dolor es como un furúnculo a punto de explotar de mi amor por ti. Consumido por el fuego de mi amor por ti. Recuerdo lo que me dijiste. Pienso en tu amor por mí. Me desgarra tu amor por mí. Dolor y más dolor. ¿Dónde te vas con mi amor? Me dicen que te irás de aquí. Me dicen que me abandonarás. Mi cuerpo está entumecido de dolor. Recuerda lo que te he dicho, mi amor. Adiós, mi amor, adiós". (Fisher, p. 11).

Mas porque isto ocorre?


O amor é articulado com as funções cerebrais por meio de dois hormônios que respondem pela estimulação sexual: a vasopressina nos homens e a ocitocina, nas mulheres. Estas substâncias favorecem a formação do vínculo e do apego. 

A dopamina também está presente neste processo, respondendo pela sensação de bem estar, quando um organismo tem contato com estímulos agradáveis (no caso, com a pessoa desejada). A medida em que o relacionamento avança, esta “tempestade hormonal” cede lugar ás endorfinas, proporcionando um sentimento de bem estar mais sereno e duradouro.
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Pesquisas recentes apontam que o cérebro das pessoas muito apaixonadas funciona da mesma forma que o dos pacientes com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), e isto justifica a atenção concentrada, os pensamentos intrusivos, os comportamentos obsessivos e o aumento dos interesses no ser amado, em detrimento de outros interesses, pois há um notório declínio do senso crítico (funções superiores), o que justifica as famosas “loucuras de amor”.  


Desta forma, o (a) apaixonado (a) tende a se concentrar somente no lado bom da relação da relação, ignorando não só os defeitos do parceiro, como também, pequenos sinais de que já não é mais correspondido.

Seguindo esta linha de raciocínio, fica mais fácil compreender porque o sofrimento é intenso quando há uma ruptura. Fisher (2004), esclarece que nestas circunstâncias o cérebro passa a produzir mais ocitocina, vasopressina, endorfinas etc, levando o indivíduo a buscar o seu objeto de amor perdido.  Este é um grande paradoxo: como esquecer alguém quando o cérebro está produzindo substâncias que favorecem a união? É um grande desafio.


De acordo com Walter Riso:

Primeiro deve aprender a superar os medos que se escondem por trás do apego irracional, melhorar a autoeficácia, levantar a autoestima e o autorespeito, desenvolver estratégias para a resolução de problemas e para ter maior autocontrole. E tudo isso você deverá fazer sem deixar de sentir o que sente por ele. Por isso é tão difícil. Repito, o viciado deve deixar de consumir, mesmo que seu organismo não queira fazê-lo. Deve lutar contra o impulso porque sabe que não lhe convém. Mas enquanto luta e persevera, o apetite está ali, quieto e pungente, flutuando em seu ser e disposto a atacar. Não se pode chegar agora ao desamor, isso chegará depois. Além disso, quando começar a ficar independente, descobrirá que aquele sentimento não era amor, mas uma forma de vício psicológico. Não há outro caminho, deve se libertar dele sentindo que o ama, mas que ele não lhe convém.  (Riso, p. 33)



As fases do rompimento:
Fisher (2004) categoriza o rompimento em 2 fases:


1.       Protesto:


Um indivíduo apaixonado tende a prestar atenção nas minúcias do comportamento alheio. Deste modo, os mais sutis movimentos que indicam um distanciamento provocam uma enorme ansiedade, levando o apaixonado a emitir comportamentos de protesto. Podemos inserir nesta categoria: o aumento de envio de mensagens; a mudança na aparência física, o adoecimento (real ou imaginário), encontros forçados, visitas surpresas, etc. 


Tudo isto (e outros tantos comportamentos) indicam uma tendência de chamar a atenção do outro, buscando a reaproximação. Isto ocorre porque o aumento de dopamina e norapinefrina no cérebro geram a motivação para buscar recompensas.

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2.       Resignação
Uma vez que os esforços neurológicos, psicológicos e comportamentais foram insuficientes para resgatar o objeto da paixão, o organismo “se cansa”, afinal houve um enorme desgaste do corpo no sentido de promover uma reaproximação. Os níveis de dopamina e norapinefrina caem, causando estado depressivo. Por isso, esta fase é marcada por muita tristeza, angústia e desespero. É comum que o indivíduo abandonado alimente pensamentos catastróficos, imaginando que sua vida não tem mais sentido; perdendo as forças para trabalhar, estudar e produzir normalmente; pode haver comprometimento do sono e do apetite.
Fisher (2004) salienta que:
La depresión también pudo impulsar a nuestros antepasados humanos a abandonar empresas sin futuro y adoptar estrategias más eficaces para alcanzar sus objetivos, especialmente objetivos reproductivos como el de casarse (p.193)

É importante que nesta fase haja vigilância redobrada, pois há uma tendência em beber excessivamente, usar drogas, ou pensar em suicídio. Cuidado! Caso esteja se envolvendo em comportamentos destrutivos, procure ajuda de pessoas próximas, de médicos ou psicólogos.

Esta fase é dolorosa. Mas passa. Não vale a pena estragar sua vida!




Conclusão:

É preciso reunir forças para atravessar esta fase dolorosa, evitando prejuízos de ordem profissional ou social. Mesmos contra a sua vontade, é importante se esforçar para levar uma vida normal, praticando esportes, se encontrando com amigos ou pessoas queridas, para reduzir o tempo de sofrimento.

Deste modo, você poderá recuperar a crença em si mesmo, de que é uma pessoa que merece receber amor, e assim, há de se preparar para conhecer outras pessoas, que, assim como você, estão procurando alguém que as ame. 
Siga em frente.


Referências:
FISHER, Helen. Porque Amamos? Madri, Santillana ed., 2004.


RISO, WALTER. Amar ou Depender.