(Humberto Gessinger e Carlos Maltz - O castelo dos destinos Cruzados) *Grifo nossoQuando você me disse que não era nadaDaquilo que a gente sempre imaginouUm vento frio soprou, uma janela bateuNa noite escura da almaQuando você me olhou daquele jeitoQue só você olhavaUm passarinho voou baixinhoDeixou prá trás tudo que acreditavaQuando as paredes e o teto cairamEu pensei que era o finalMas era só o começo de um problemaSó um pesadelo normal*
Nestas poucas palavras os autores da letra descrevem como se dá um rompimento amoroso e como se sente quem não esperava por isso. O trecho grifado revela o começo de uma situação dolorosa, causada pelo fim de um sonho acalentado, construído tijolo-a-tijolo, conforme está explitico na metáfora da parede (Quando as paredes e o teto caíram).
Mas quando as paredes e o teto da esperança caem, é o final do sonho, início do pesadelo.
É natural que neste momento as pessoas sintam-se desorientadas, por isso é comum também que usem vários artifícios para aliviar esta dor: uns arrumam outro par para fugir da solidão e evitar pensar naquele se foi; outros tentam de todas as maneiras possíveis resgatar esse amor perdido.
Tais técnicas nem sempre funcionam, afinal, quando não há correspondência afetiva, dificilmente será possível um retorno à situação anterior. Existem pessoas que esperam que as coisas se ajeitem à sua maneira, ou que o outro se ajuste para caber em seus sonhos, ou que o outro simplesmente volte.
A solidão
Pessoas existem que temem não ter alguém para amar por sentir uma solidão imensa ("um frio soprou"). Este sentimento de solidão pode (em alguns casos) relacionar-se com o fato de não ter mais aquela pessoa, tão querida, tão agradável ao seu lado. Aquele contato físico caloroso, aquele sorriso encantador se foi e isso abre uma brecha para a pergunta: "o que eu tenho de errado?" ou " porque ele(a) não me quer mais"?.
Este sentimento de culpa leva algumas pessoas a perderem noites de sono: enquanto outras mudam visual, emagrecem (ou engordam), mudam atividades, gostos apensa para tentar atrair novamente aquela pessoa que se foi. será que isso adianta?
Em alguns casos, sim, mas em outros, decididamente, não.
Não vou falar dos casos em que isso ajuda, porque o leitor deve conhecê-los melhor que eu. Pretendo falar dos casos onde essas mudanças são infrutíferas, aquilo que é mais doloroso.
As pessoas mudam. E tais mudanças trazem consigo outros significados para suas vivências. E isso naturalmente quer dizer que em muitos casos, quando o outro foi embora, foi porque quis. Porque entendeu que era hora de mudar e buscar algo que fizesse sentido para ele. Ou seja, não está relacionado com o que fica.
Por isso, às vezes mudanças radicais não resolvem.
Mas que fazer neste caso?
Quando houver uma ruptura dolorosa, a primeira coisa a fazer é chorar. E chorar muito, dar vazão a sua dor, pois isso o fará cair na real. Vivenciar tais momentos é algo muito salutar no futuro.
Se tiver que fazer alguma mudança em si mesmo, faça. Como eu disse acima, o outro ressignificou sua existência. Faça o mesmo, ressignifique sua vida a seu favor, procurando ser você mesmo.
Isto é importante, porque enquanto as relações afetivas duram, há uma confluência, como se os dois fossem um só. Quando vem a ruptura, parece que só há metade de um ser, já que o outro foi embora.... Isso é um erro, pois você só conseguirá amar de verdade se sentir pleno, e se conseguir enxergar que o outro é teu companheiro de viagem, não sua metade. Metade lembra incompletude. Se há incompletude, há falta, se há falta, é preciso descobrir (falta de que? Que me falta?)..
Por isso, pense muito sobre o sentido das relações afetivas. ("Será que estou com esta pessoa porque ela me completa? Me completa em que?")
Relacionamentos saudáveis são aqueles em que as pessoas se amam e são companheiras, mesmo que completamente diferente uma das outras..mas isso não tem fórmula não, cada caso é um caso..
❖Psicóloga Sp, São Paulo, Vila Mariana.
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