Quando pergunto às pessoas que estão vivenciando um relacionamento afetivo se sentem amadas, geralmente ouço como resposta um sonoro "SIM".
Diante da resposta afirmativa, pergunto:
O que leva você a pensar que é amado(a)?
Não faço tais perguntar para provocar reações negativas, mas sim, para que os indivíduos reflitam sobre o que estão dando e recebendo em termos de afetividade, e para que compreendam as diferenças entre: atração, desejo, paixão e amor
Infelizmente muitas pessoas confundem estes quatros construtos.
A confusão se dá por conta do excesso de informação que as mídias oferecem de forma indiscriminada, criando uma enorme confusão de sentimentos e sensações.
Em alguns casos, existe apenas uma enorme atração sexual de uma parte, facilmente confundida com amor; em outros casos, existe um amor "unilateral", onde um dos pares escraviza o outro, não para que se sinta amado(a), mas sim, cultuado (a) como se fosse um deus (a).
A confusão se dá por conta do excesso de informação que as mídias oferecem de forma indiscriminada, criando uma enorme confusão de sentimentos e sensações.
Em alguns casos, existe apenas uma enorme atração sexual de uma parte, facilmente confundida com amor; em outros casos, existe um amor "unilateral", onde um dos pares escraviza o outro, não para que se sinta amado(a), mas sim, cultuado (a) como se fosse um deus (a).
Para que possamos refletir sobre a formas de dar/receber amor, é necessário esclarecer o que é o amor.
A amplitude do tema possibilita as múltiplas reflexões, portanto este artigo tem como finalidade ampliar o entendimento sobre o Amor, sem a pretensão de esgotar o assunto.
A amplitude do tema possibilita as múltiplas reflexões, portanto este artigo tem como finalidade ampliar o entendimento sobre o Amor, sem a pretensão de esgotar o assunto.
O amor é entendido na teoria de Stenberg (1986) como a combinação de três elementos básicos: a paixão, a intimidade e o compromisso. As variações possibilitam oito formas diferentes de amar.
Paixão | Intimidade | Compromisso | |
Desejo passageiro | X | ||
Amizade | X | ||
Companheirismo | X | X | |
Amor vazio | X | ||
Amor romântico | X | X | |
Paixão fugaz | X | X | |
Amor consumado | X | X | X |
Inexistência de amor |
Paixão - Conjunto de reações emocionais, de ordem biológica que visa a proximidade entre os pares. Geralmente dura até dois anos, podendo transformar-se em amor ou extinguir-se. Algumas substâncias químicas são produzidas em quantidades maiores pelo cérebro:
- O efeito da dopamina no cérebro é o mesmo da cocaína: provoca bem estar e quando não está disponível, provoca crise de abstinência, por isso que o contato com a pessoa amada produz sensação de bem estar.
- A produção de feniletilamina, contribui para a formação de novas memórias e isto faz com que os apaixonados se recordem de detalhes minúsculos.
- A produção de oxitocina (nas mulheres) e vasopressina (nos homens), favorece a criação de um vínculo mais sólido e duradouro, levando os apaixonados a desenvolverem comportamento de aproximação.
- Em contrapartida, há uma redução na produção de serotonina, o hormônio responsável por reduzir os níveis de estresse. Por conta disso, as pessoas apaixonadas tendem a apresentar ansiedade acima da sua média, nos primeiros meses, desenvolvendo pensamentos obsessivos e ideias compulsivas, como no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC).
- A testosterona também esta nos dois organismos, porém é menor nas mulheres. Seu efeito é notado pelo aumento da libido na mulheres e sua queda provoca menos agressividade nos homens.
Por conta destas tempestades hormonais, as pessoas enamoradas se arrumam mais, se perfumam, emagrecem, procuram se aproximar de seu objeto de desejo de todas as formas.
Este processo de apaixonamento costuma levar as pessoas à loucura, pois com a perda parcial do senso crítico há uma tendência à distorção dos fatos.
Os apaixonados tendem a interpretar de forma ampliada os estímulos que se referem ao parceiro afetivo e minimizar os que exigem o uso da lógica.
Este processo de apaixonamento costuma levar as pessoas à loucura, pois com a perda parcial do senso crítico há uma tendência à distorção dos fatos.
Os apaixonados tendem a interpretar de forma ampliada os estímulos que se referem ao parceiro afetivo e minimizar os que exigem o uso da lógica.
- Intimidade – implica em partilhar ocorrências boas e ruins, uma vez que envolve a confiança na pessoa amada. Aliás, um dos aspectos que torna esta pessoa tão desejada é o fato de que ela não se mostra ameaçadora, portanto confiável (observe que este conceito de confiabilidade varia de pessoa para pessoa).
- Se a pessoa é confiável, significa que você poderá contar com ela em diversos momentos. A intimidade é diferente da confluência, pois é possível manter uma relação de intimidade com alguém sem fundir-se a ela, mantendo a individualidade.
- Compromisso – é o engajamento na relação que pressupõe levá-la adiante (até onde for possível), buscando a superação de adversidades.
Desta forma, pode-se compreender que, para que o amor consiga manifestar-se é necessário que haja paixão,intimidade e comprometimento.
Porém isto ainda não é suficiente, uma vez que estes elementos raramente surgem juntos, ou na mesma intensidade.
É preciso que haja um elemento adicional, que indica, claramente que um indivíduo é amado. Refiro-me à sincronicidade.
Porém isto ainda não é suficiente, uma vez que estes elementos raramente surgem juntos, ou na mesma intensidade.
É preciso que haja um elemento adicional, que indica, claramente que um indivíduo é amado. Refiro-me à sincronicidade.
A sincronicidade
Pesquisas recentes (Fredrickson, 2013) apontam que o amor é considerado como uma emoção. Da mesma forma que o medo e a raiva, e não é possível senti-lo o tempo todo, ficando sujeito às modificações do contexto.
Para a pesquisadora Barbara Fredrickson, o amor não é duradouro e sim um micromomento de conexão com outras pessoas.
As evidências sugerem que quando você realmente tem um ‘clique’ com alguém, uma sincronia momentânea, mas discernível, emerge entre os dois, conforme os gestos, a bioquímica e as descargas neurais, se espelhando um no outro em um padrão que denomino ressonância de positividade. (Fredrickson, apud Araia, 2014).
O amor pode ser cego, mas é inteligente.
Para que ocorra o amor, é necessário que os mecanismos cerebrais, responsáveis pelos comportamentos de interação afetiva estejam devidamente sincronizados, e infelizmente, isto não é um procedimento consciente.
Por isso, não se pode obrigar alguém a amar, se isto não for "neurologicamente possível".
A falta de sincronicidade pode levar muitos indivíduos a investirem em relacionamentos fadados ao fracasso, pois procuram a sincronicidade em comportamentos observáveis, gostos parecidos, etc.
Se a teoria de Fredrickson (2013) estiver correta podemos compreender em partes, o motivo que leva alguns apaixonados (e outras pessoas conectadas entre si) a terem os mesmos comportamentos, mesmo que de forma sutil.
Portanto, a correspondência afetiva não se resume a "fazer coisas juntos". Vai muito além disso. Não é objetiva, e sim, subjetiva. As vezes nem é observável a olho nu.
Leia mais: Vamos falar sobre Amor?
Conclusão:
Para que o indivíduo sinta-se amado (a) é fundamental que esteja vivencie uma relação onde estejam presentes a paixão, a intimidade e o comprometimento, e além disso esteja sincronizado com seu parceiro.
Nos relacionamentos bem sucedidos a sincronicidade equivale a compreender o outro com um simples olhar, imaginar o que o outro pode pensar sobre determinada situação; é colocar-se no lugar do outro com 100% de precisão; é saber com clareza o que o (a) desagrada, imaginando formas de minimizar situações desconfortáveis.
O amor não compreende julgamentos, pressupostos, desconfianças, mentiras, juízos de valores; pressupõe compreensão; pressupõe sincronicidade!
Referências:
ARAIA, Eduardo. O amor é uma emoção: não é eterno, mas pode ser infinito.[Online]. Disponível em: http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/140512/O-amor-%C3%A9-uma-emo%C3%A7%C3%A3o-n%C3%A3o-%C3%A9-eterno-mas-pode-ser-infinito.htm. Acesso em 08 de maio de 2015
FREDRICKSON, Barbara. Amor 2.0: Como Nossa Emoção Suprema Afeta Tudo o Que Sentimos, Pensamos, Fazemos e nos Tornamos. Cia Ed. Nacional, 2013.
STERMBERG, R. J. (1986). A triangular theory of love. Psychological Review, 93,
STERMBERG, R. J. (1986). A triangular theory of love. Psychological Review, 93,
Sobre a psicologa: Especialista em Relacionamentos. Atualmente Psicóloga Clínica, na Vila Mariana, zona sul sp. Rua Domingos de Moraes, 770 Bloco 01 - Sala 05 - Sobreloja (SL) Metrô Ana Rosa Em frente ao McDonalds Agenda OnLine para marcar consultas. |
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